quarta-feira, 20 de junho de 2012

A Arte de "GERAR" Dançando!


 




É muito importante continuar a se exercitar durante a gravidez. Embora ainda não seja tão experiente com a arte de gerar alguém dentro de mim, creio que música e exercício são bons para um corpo... Dois então, melhor ainda!
Musicoterapeuticamente falando, produz-se depois do nascimento o imprinting (termo utilizado na psicologia para descrever todo tipo de fase sensitiva). Já o ISO – Identidade Sonoro Musical- do bebê começa a formar-se desde o início da fecundação, sendo um processo dinâmico e complexo, passando a ser atributo do ser humano.
Para compreendermos o princípio de ISO, partimos como hipótese de que o espermatozóide e o óvulo quando se unem formam o embrião que se aninha no útero materno, já aí, possui nesse momento todo o mosaico genético herdado por esse indivíduo em gestação. O embrião vai tendo contato com as pulsações do batimento cardíaco e inumeráveis sensações vibratórias de movimento e de fenômenos acústicos que irão se agregando durante toda a história gestacional desse ovo-feto-indivíduo.
A força da gravidade começa a se fazer sentir como padrão de medida do resto dos outros movimentos. Esses fenômenos serão percebidos como vitais e essenciais para a o prosseguimento da vida.  O feto à medida que se desenvolve, vai adquirindo sensação vital do batimento cardíaco, desse pulsar rítmico que faz fluir o sangue em todo o seu corpo e cuja diminuição acarreta a sensação de falta de oxigenação, de nutrição, de temperatura e de vida.
Existem três características formadas intra-uterinamente, onde o sistema auditivo propriamente dito não entraria em consideração, em compensação seriam percebidos perfeitamente por sistemas vibratórios, de movimento e de gravidade.
Mediante uma análise espectrográfica pesquisada por Golias e Joos, os elementos comuns dos sons que atraíam os pintinhos (aves) foram caracterizados por: 1) repetição e segmentação, 2) a brevidade das notas componentes e 3) a presença de freqüências relativamente baixas. As características desses mesmos sons coincidem com as estruturas rítmicas do fluxo sanguíneo, do batimento cardíaco, do pulso e da sua propagação através do líquido amniótico.
Ao contrário dos animais, o homem realiza durante os nove meses de gestação um processo histórico que estrutura gradativamente o ISO gestáltico – próprio e único desse indivíduo e não de outro – que é próprio do processo com a mãe que o está gerando. Uma história vincular que definitivamente imprimirá suas marcas por todo o resto dos processos vinculares posteriores ao nascimento.
Salk L; no seu artigo “Mothers Hearbeat as na Imprinting Stimulus” disse: “No bebê, no útero, há imprinting auditivo do batimento cardíaco da mãe”.
A comprovação concreta de Salk foi que as crianças recém-nascidas, expostas durante 4 dias à um ruído semelhante ao batimento cardíaco, choravam menos e aumentavam mais de peso do que as crianças sob controle que não viveram essa experiência. Observou-se que as crianças com mais idade, quando escutavam o som de setenta e poucos batimentos contados por minuto, adormeciam melhor do que se ouvissem outros sons.
Considerando que a música e a dança são resultados do imprinting, e que o homem as cria e as vive no seu esforço por permanecer próximos a esses estímulos, assim ambas seriam tentativas humanas inconscientes de reviver experiências sensoriais semelhantes às que foram recebidas durante a vida pré natal.
Podemos concluir que uma das bases que integram o princípio de ISO pode ser definida da seguinte maneira: as relações do contexto não verbal e o homem devem ser buscados nas estruturas vinculadas entre mãe e o seu feto (intra-uterino); posteriormente as expressões não verbais, como a música, a dança, gestos são a necessidade de evocar e reviver os vínculos maternos fetais, maternos infantis e com a natureza, como desdobramento dos mesmos.
Aqui estou dando ênfase ao ballet, porém fica explícito que qualquer tipo de dança ou esporte são muito válidos à saúde da mãe e do bebê.
Como em qualquer atividade física, é preciso tomar alguns cuidados no ballet. E, claro, sempre ter o aval do médico para continuar se exercitando.
Mediante a abundante e maravilhosa natureza de produção hormonal durante a gravidez, é importante manter o cuidado durante as atividades devido a um hormônio chamado relaxina, que ajuda na expansão do útero, também afrouxa os tendões, ligamentos e tecido conjuntivo, incluindo o tecido que liga seus ossos pélvicos. Isso os torna mais suscetíveis a lesões. Por isso, nada de exagerar no grand écart ou no grand battement.
Além disso, no fim do segundo trimestre da gravidez, a barriga começa a atrapalhar. Na verdade, desde o começo o corpo muda, os seios incham e o equilíbrio acaba ficando comprometido. Não tenha medo de usar a barra mais do que o habitual.
Irina Dvorovenko, primeira-bailarina do American Ballet Theater, ficou grávida durante as semanas finais da temporada do Metropolitan Opera House, em que ela e o marido estavam dançando Romeu e Julieta. Alguns trechos traduzidos livremente da revista Dancer:
"Minha primeira preocupação foi, se seria capaz de dançar um Lago do Cisne com 8 semanas de gravidez? Meu médico disse: Ouça o seu corpo. Se você sentir dor ou sangramento iniciar, pare imediatamente."
Três dias depois do parto, Dvorovenko retornou ao estúdio de dança para alguns exercícios mais delicados e no chão. "Foi muito bom sentir os músculos na posição a que eles estão acostumados", disse ela.
Dicas:
·     Se não está acostumada, evite saltos e pegadas mais perigosas.

·     Os exercícios no solo e na barra não são contra indicados.

·     Tome cuidado com os alongamentos, para que não ultrapassem uma área de conforto, com as repetições para que não fadiguem a musculatura, com as mudanças bruscas de direções e giros, pois suas articulações estão mais frouxas.
   ·    A quantidade de sangue na circulação aumenta 50%, então a quantidade que o coração precisa bombear a cada batida aumenta em cerca de 40% – afirma o obstetra Patrick O'Brien, do University College Hospital, em Londres, e porta-voz da Royal College de Obstetrícia e Ginecologia. – Algumas pessoas defendem a teoria de que esse esforço extra do coração durante a gravidez pode seguir ajudando as mulheres no futuro. Mas se você acompanhar as mulheres após o parto, a maioria desses efeitos costuma voltar ao normal entre seis e oito semanas, e todos eles se normalizam completamente em até seis meses.

    "Que seja perdido o único dia em que não se dançou"
    Nietzsche

2 comentários:

  1. .. que lindo teu corpo... tão sonoro como teu trabalho... escuto essas belas imagens... danço nas suas palavras... vejo a tua luz ... sinto o perfume de suas habilidades mis... amor incondicional !!!!

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    1. Gratidão Cau! Corpo meu, corpo seu, corpo nosso... que incondicionalmente dança e faz música.

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